15 de dezembro de 2012

O mundo já acabou e ninguém percebeu

Hoje eu acordei com um pesadelo: uma menina, criança, lá pros seus 10 anos, entrava em um local, com uma arma de fogo, destinada a matar. Eu não sabia quem ela queria, mas todos ao redor ficavam perplexos a cada tiro. O problema é que eu também estava neste sonho ruim e uma possível vítima era alguém que eu amava - meu irmão. Eu gritava desesperada pedindo para que ele saísse dali e viesse em minha direção. Ele demorou, mas correu antes que o pior acontecesse. Decidi acabar logo com esse pesadelo... Abri os olhos. Meu pesadelo, com certeza, foi por ter visto os noticiários gritando a tragédia recente dos Estados Unidos (EUA).
Quando me levantei, meu pai assistia a mais notícias do massacre em Newtown, cidadezinha pacata do estado de Connecticut, EUA. Sim, uma cidade pacata, que registrou apenas um homicídio na última década. Porém, por volta das 10h da manhã (13h no horário de Brasília) dessa sexta-feira (14), os habitantes de Newtown e o mundo todo se surpreenderam com a morte de quase 30¹ pessoas na Escola Sandy Hook (escola primária). Das vítimas, 20 eram crianças com idade entre 5 e 10 anos. Pelas notícias que saíram até agora, o atirador, Adam Lanza, de 20 anos, matou a mãe, professora de Sandy Hook, em casa, dirigiu-se à escola, matou mais pessoas, quase todas integrantes de uma mesma turma, e depois se suicidou.
Triste, horrível e repugnante. Matar um semelhante... Matar crianças... Crianças! Inocentes que perderam a vida sem motivo algum... E o mais triste ainda é que não é a primeira vez que isso ocorre.
Agora querem saber se a separação dos pais influenciou na atitude do jovem assassino. Quer saber? Mesmo se influenciou, não é motivo para assassinato. Está revoltado consigo mesmo? "Se trate ou se mate!" (sic)
Os pais se separam, mesmo. É triste, doloroso, mas a vida continua. Os filhos de pais separados não matam coleguinhas que têm os pais casados.
E eu falei tudo isso pra chegar a um ponto: claro que o fácil acesso a armas de fogo nos Estados Unidos é um agravante que contribui com crimes horrendos, mas essa política deve mudar. Como assim cada estado "americano" tem sua lei? Deve haver uma única lei, para todo o país, que pelo menos restrinja a compra de armas, ora!  Porém, ainda assim, com ou sem armamento, a razão, ao meu ver, de tanta estupidez e chacinas é a mentalidade do povo estadunidense. Eles têm, como nós dizemos aqui no Brasil, a "mente fraca". É a única justificativa que eu vejo para casos² como esse serem cada vez mais comuns nos EUA.
O "bullying" não surgiu hoje, mas os estadunidenses são os que mais gostam do assunto e o utiliza para justificar atrocidades. O que antes era visto como "brincadeira de péssimo gosto", hoje é motivo de assassinato.
Apelidos... Todo mundo tem ou vai ter um dia. O menino que mais me apelidou quando eu era criança hoje é um dos meus melhores amigos. A gente se chateava e se entendia, como seres normais. Eu não matei ele e não cresci deprimida.
Quero que fique claro que não estou defendendo o "bullying", nem dizendo que é melhor ter pais separados. Não é nada disso. Nem está confirmado ainda o motivo da matança. Só quero dizer que existem outras maneiras de resolver seus problemas, sem precisar de violência ou acabar com a vida de alguém que nem faz parte dessa história. Procure ajuda da família, dos amigos, de profissionais, escreva, cante, desabafe... Mas não envolva inocentes numa tragédia.
No fim das contas, todos saem perdendo. As vítimas de Adam Lanza perderam suas vidas, as famílias perderam seu entes queridos...  E nós? Nós perdemos mestres e futuros médicos, escritores, bailarinas e astronautas, pois com essas pessoas também se foram seus sonhos.

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¹ O número informado de vítimas varia de 26 a 28.
² Nessa página tem alguns dos massacres ocorridos nos EUA: http://noticias.uol.com.br/internacional/ultimas-noticias/2012/12/15/genio-e-reservado-suspeito-de-massacre-em-connecticut-e-ex-aluno-da-escola-diz-jovem-que-estudou-com-adam-lanza.htm

17 de maio de 2012

Pelo direito de ser romântica

Deixe-me ser assim... Romântica.
Eu gosto de te mimar, de cuidar de você, gosto de prestar mais atenção em seus olhos enquanto os outros riem das suas piadas...
Eu observo e sou fã de cada gesto seu. Gosto de ver seu sorriso quando falo alguma besteira, e, por falar em sorriso, eu sei de cor todos os seus, e amo cada um deles. Amo mais ainda quando eles me fazem sorrir também.
Deixe-me ser assim... Romântica.
Eu não me importo de deixar de sair pra ficar com você e sua dor de cabeça, sua dor no corpo... Sua gripe... Quem é que não fica gripado? A gente vê um filme juntos, agarradinhos, e fica tudo certo.
Deixe-me ser assim, romântica, para eu sempre querer te fazer feliz, independente do que aconteça. Para eu te preparar surpresas, ainda que muito singelas. Para eu querer fazer alguma coisa nova a cada aniversário de namoro, porque rotina cansa. Você me deixa ser assim, né?
Mas, principalmente, deixe-me ser assim, romântica, para que eu nunca tenha medo de demonstrar meus sentimentos. Tenho medo, mesmo, é de um dia ser fria e seca, e de até nos momentos em que eu mais quiser dizer palavras de carinho, ou ter atitudes afetuosas, não conseguir porque durante muito tempo treinei isso. Isso é que eu não quero.
E eu prometo que, enquanto estiver viva, serei assim... Romântica.

3 de maio de 2012

É querer demais?

Querer estar perto o tempo todo, pensar nele o tempo todo, só conseguir imaginar sua vida ao lado dele. Normal?
Mas há tanta distinção no modo de amar...
Sonhar com surpresas, declarações impulsivas e atitudes inusitadas... É criar muita expectativa?
Ele não é assim.
Se não há dúvidas do amor, por quê a necessidade de pequenos gestos?

21 de março de 2012

Lembrei da gente...

Me peguei parada em frente à escola. Veio a nostalgia. Olhei todas aquelas pessoas de uniforme e, por incrível que pareça, quis usar um daqueles novamente. Então, sem esperar, vi minha imagem na escada da frente, depois de uma aula da tarde, esperando alguém vir me buscar. Estava sozinha. Meus colegas já deviam ter ido embora. Aí, de repente, outra imagem: quase a turma toda ali na escada, tirando as fotos para o fim de ano. Ao acabar, subimos no murinho que ficava ali no canto. Outros ficaram em pé (inclusive eu). Foi bom. Foi tudo muito vivo!
Por que as memórias vieram assim tão fortes? Não sei. Sei que quis lembrar mais. Lembrei das nossas rodas de músicas nas aulas vagas ou em qualquer tempinho livre, mesmo que fossem míseros cinco  minutos. Claro, lembrei dos meus amigos, os melhores do mundo, que convivi (e quero conviver) por muito tempo, da gente conversando, enchendo o saco... E lembrei de Kim. Da minha correria atrás dele, da gente na sala conversando por rabiscos na cadeira, folhas soltas e folhas do meu caderninho. Como conversamos! Além das suas brincadeiras, que às vezes (quase sempre) me deixavam sem entender nada do que ele realmente queria comigo.
Aiai... E quando finalmente estávamos juntos... Insegurança. Bons momentos... Nossas escapadinhas para a rampa... Ah! Suspiro só de pensar. Os beijos que ele tentava me roubar durante as aulas, quando faltava luz, nos filmes, ou, nada disso.
Faz pouco tempo que deixei a escola, mas já sinto falta de tudo o que vivi lá, pois nunca vivi outra coisa. Eu sei que tenho que me desapegar para poder seguir em frente, mas que eu queria ver minha turma todo dia, ver os professores nos contando suas histórias de vida, vendo os meninos tocarem enquanto a gente cantava desafinadamente... Enfim, mas que eu queria ter tudo isso de volta, queria sim! E francamente, que bom seria se durasse a vida inteira!

Solenidade da turma de 2011


Eu fiquei muito feliz ao ser escolhida oradora da turma. Posso dizer que apesar de todo o nervosismo, é uma honra poder representá-la. Porém, de imediato vieram algumas preocupações: escrever o que? Devo ser breve? Como é possível falar de tudo em algumas palavras? Descobri que não é possível. Mas até chegar a essa conclusão, foram-se várias reescritas, angústias... E foi saindo isso aqui...

Dois de fevereiro de 2011: não era eleição para presidente nem final de copa do mundo. Também não foi nosso primeiro dia de aula de toda a vida, mas foi o primeiro dia de aula que mudaria nossa vida para sempre. Bem vindo ao terceiro ano!

O clima festivo, embora preocupado, da nossa estreia na reta final do ensino médio, logo deu vez à ansiedade e a uma certa falta de afinidade entre duas turmas que se juntaram. O que antes eram “A” e “B”, seriam “apenas” a turma de 2011 do Colégio Villa Lobos.

Nesse ano, tudo aconteceu com maior velocidade e maior intensidade. Não estávamos muito a par das novidades da escola como nos outros anos. Na maioria das vezes, tudo se resumia à nossa sala e, de tão intenso o ritmo, uma simples prova parecia vestibular, tamanho desespero para com os resultados. Um feriado era um alívio! Respirar um pouco depois de tanta agonia. Mas cada segundo valeu a pena. Afinal, quem é que não vai se lembrar das comemorações das aulas vagas, das rodas de música e das brincadeiras que fazíamos só para descontrair aquela maratona de conteúdo?

Não dá para esquecer. Ainda mais acompanhados por tantas figuras: Afonso... Fatal! Alessandra, aquele bebê esticado; Alexia, que surpreendeu a todos no Canta Villa... Aliás, por falar em música, Jorge, meu querido, qual é o instrumento musical que você não sabe tocar?

Pablo, além dos cílios enormes invejados por qualquer garota dependente de curvex, é malhado, assim como bochecha, que poderia ser facilmente chamado de “Alexandre, o Grande”.

Como não admirar a amizade de Andressa e Rafael Daltro, e a delicadeza de bailarina de Bruna Monteiro? E as vozes que calam a sala: Daniela, sempre firme, e Rayane, sempre doce. Contudo, se elas fazem o silêncio, tem uma que sempre tumultua com suas intervenções, não é, Taís Alencar? Mas então aparece Letícia para chamar atenção de que aquilo ainda é uma sala de aula.

Foi assim o ano todo: Larissa desenhando vestidos, David Jones desenhando mangás; Fábio resolvendo problemas de computador, Gutembergue dando carona; Marília batendo um bolão, Jaqueline fazendo hipismo; Lis tímida, Gislene tagarela; Suélem “revolts” e Roberta que virou Rob que virou “Robson”. Apelido.

Ricardo conversador e Flávio desligado pareciam um casal de tão unidos. Matheus boca correu atrás de Karine organizada, e ao não ser correspondido, partiu para a conquista de Bruna Amaral, vulgo “oxi”.

Joana Hughes e suas caras e bocas na aula de matemática, Mariana embolada no sotaque mineiro que hoje já compreende um “oxente uai!”

Rafael Moraes e sua cara de pau, Priscila com sua risada e espirro, no mínimo, exóticos; Morgana envergonhada, e Lucca, com suas cantorias inconvenientes, arranca suspiros das meninas mais novas.

Tem de tudo nessa sala, desde alunos daqui de perto, como Mayra, de Madre de Deus e Wyktor, o comunista de Serrinha, até presenças estrangeiras, como Felipe França, Hassan, árabe, Kim coreano, chinês, japonês... E Yan, que depois de uma temporada tranqüila na Dinamarca parou nessa loucura.

Mas a sala é grande, tem espaço para Thaís Andrade, apaixonada por história, João, louco por gramática e Gustavo pelas ciências exatas.

Tem Felipe Sabóia, o índio metaleiro; Tem Guilherme... Quem? Ah! Tchutcho, aquele que não tira o casaco nunca. Só hoje.

Thamirez, aparentemente tão quietinha se manifesta nas redes sociais.

Tem Clara, que carrega mais comida do que livros na bolsa; Chiara maluca e Cibele ansiosa deixaram de lado as personalidades extremas e se juntaram para organizar a nossa festa de formatura. E eu, Juana Castro, registro tudo isso.
Mas não foi fácil, para ninguém, conciliar tantas coisas: administrar juventude, responsabilidade, impulsos, amores, festas, compromissos... Então vieram as noites sem dormir, as enormes olheiras, o cansaço, o medo. Quem não teve medo de decepcionar e de se decepcionar? Quem não apelou para uns calmantes ou até arrancou uns próprios fios de cabelo? Outros não aguentaram a pressão e nos deixaram.

Haja pânico! E, nessas horas, nada melhor que um ombro amigo ou um colo de mãe. Entretanto, as amizades pareciam serem testadas a todo momento. Não só as do próprio colégio, mas principalmente as de fora, que tentaram se apertar na nossa louca rotina. Assim como a família, que se sacrificou tanto para que chegássemos aqui nas melhores condições possíveis, mas ao nos ver desesperados, fazia coro com professores e diretores no tão chato e perturbador “eu avisei”. Sim, avisaram e obrigada por avisarem. Todavia, não importa o quanto nos alertem, pois essa é uma experiência única e diferente para cada um, e só aprendemos de verdade a partir do momento em que nos deparamos com a situação.

A correria normal de terceiro ano e a nossa heterogeneidade renderam críticas que pareciam intermináveis (e até um mapa de sala especial). Demos trabalho, abusamos da paciência dos professores. Sabemos disso. Mas sabemos também que além de aprendermos com a fome por aulas de Abud, a seriedade de Rodolfo, as brincadeiras de Dudu, a incrível objetividade ao ensinar história de Garrido, a praticidade de Yomar, a empolgação de Thomás, o vocabulário de Léo Mendes, a simplicidade de Elói, o detalhismo de Evert, a organização de Márcio, a interpretação de Dora, a vontade de Midian, a riqueza, quer dizer, a crítica de Gilton e os apitos ensurdecedores de Ricardo... Enfim, além de aprendermos tanto com eles, pudemos ensiná-los algo: como conviver com tanta diferença.

Perante a isso, agradecemos aos mestres e à Karla, sempre ouvinte e conselheira, por tanta dedicação e preocupação conosco. Agradecemos às direções pelas quais passamos, em outros anos, e à direção geral da escola, composta por Rubens, Isabela, Manuela e Dona Lúcia. À central de comunicação e também aos funcionários que fizemos questão de enlouquecer ao pedir para mudar a temperatura do ar condicionado ou corrigir o gabarito, e tantos outros, do nível um ao cinco. À secretaria competentíssima, muito obrigados.

Tudo o que passamos, desde o nosso ingresso na escola, até hoje, foi válido e gratificante. Porém, se antes dizíamos “quero que passe logo”, hoje, duvido que alguém diria isso, mas diria “passou voando!”. O tempo passou, amigos foram e vieram. Paixões também. Passou o mundo enquanto passávamos aos poucos. Nada volta mais.

Agora é cada um por si, com seus poucos dezessete, dezoito (ou até dezesseis) anos, escolhendo os rumos de suas vidas. E por mais que possa parecer injusta a escolha precoce, chegou a hora de dizer “adeus” a esse mundo e trilharmos nossos próprios caminhos. Isso não significa abandonar amigos, pois o que é verdadeiro permanece.

Aprendemos, ensinamos, compartilhamos, discutimos e fomos mapeados. Contudo, entre altos e baixos, foi a nossa turma, nosso momento e nosso terceirão, e é disso que vamos lembrar no futuro. Futuro o qual não sabemos como será, mas que cada um de nós possa, hoje e sempre, lembrar com saudosismo disso que viveu, erguer a cabeça e dizer “CRESCI”.

25 de janeiro de 2012

Preciso de vc, sentir o seu calor...

Já faz tempo que eu não apareço por aqui... Vinha apenas porque nunca estava satisfeita com o visual do blog. E, por mais que adore escrever e desabafar em letras... Sou muito preguiçosa!
Mas agora eu vim, e não posso dizer que é pra ficar, pois sou inconstante, mas é para escrever delícias. Na verdade, uma delícia só: de como eu estou feliz. Porque amar é simplesmente delicioso!
É... Estou amando há algum tempo. E talvez isso até explique minha ausência... É que ando meio nas nuvens.
Sentir que nada mais precisa fazer sentido quando só há os dois juntos... Isso é muito bom! Não precisar de mais nada para se sentir bem...
Perceber que sede e fome, consideradas necessidades básicas... São mega relativas, já que você as esquece quando está com quem você ama. É tanto "nada" melhor pra fazer que o resto não importa tanto.
Sentir saudades só porque desligou o telefone, isso é amor.
Desejar ouvir aquela voz, tão familiar e peculiar, ao pé do ouvido, mesmo que estejam se falando há 10 cm de distância um do outro... Isso também é amor.
E o melhor de tudo que eu já descobri do amor: poucas palavras e pequenos gestos, porém simples e verdadeiros, são o que te faz ter a certeza de que ele é tudo o que você estava procurando. E seu futuro só poderá ser com ele, pois outro alguém não se encaixa.
Eu amo. Eu digo "eu te amo".
Nunca foi tão bom amar e me sentir amada!

Juana Castro