Minha memória é boa. Eu me lembro de tudo o que você fez por
mim. Eu me lembro de tudo o que você disse e me pergunto em que momento isso se
perdeu. Será mesmo que se perdeu?
Sabe, eu te entendo... Eu juro que eu te entendo... É muita
coisa nova acontecendo na sua vida... Mas se tem uma coisa que eu nunca vou
entender é porque foi melhor abrir mão de mim e do nosso amor. Ainda havia
amor, não havia? Era amor até demais, eu acho... A não ser que eu tenha
acreditado em promessas vazias e foi tudo uma mentira... Aí talvez exista um
motivo.
Você foi direito. Foi homem de conversar comigo. Mas era o
mínimo que você podia fazer, né? Afinal, eu dividi minha vida com você. E você
foi a primeira pessoa que eu tive essa vontade, de dividir minha vida, de
compartilhar... Mas, mesmo assim, apesar de ter sido “homem”, você não foi
honesto. Você me deixou acreditar que estava tudo bem quando, na verdade, pra
você, não estava. Eu ouvi declarações de amor, em plena embriaguez, apenas duas
ou três semanas antes. Eu vi sua vontade de querer estar comigo, apesar de
querer estar em outros lugares também. E você foi imaturo. Não tem outra
palavra pra te descrever. Logo você, que se julgava tão certinho e maduro...
Não teve maturidade EMOCIONAL pra ter tudo. Pois você tinha tudo. Você tinha
amor da família, dos amigos, e o meu, mas preferiu jogar este último fora pra “curtir
a vida”. Não era possível ter os dois? Ou melhor, os três.
Eu sei que eu não sou perfeita. Eu errei. Mas você também
errou. E eu só queria que a gente tentasse consertar esses erros, que nem foram
tantos comparados à imensidão da nossa história.
Eu também fui imatura. Eu não soube respeitar a minha
individualidade... Mas só hoje eu posso perceber isso, e, graças a Deus, eu
posso dizer que eu cresci muito nessas últimas semanas. Cresci e me fortaleci
de um jeito que talvez não crescesse ao seu lado, mas eu ainda preferia ter
tentado ao seu lado. Porque foi nosso primeiro namoro, e eu te ouvi dizer que
também seria o último.
Eu sei que é muita ingenuidade acreditar que o primeiro
namorado vai ser o último, mas eu sei que você e eu sentíamos que era pra
valer. O amor, o respeito, a amizade, a cumplicidade que a gente tinha, em pouco
mais de dois anos juntos, foi mais do que muita gente casada há anos um dia
teve. Porque a gente se entendia com o olhar! Porque você me decifrava de um
jeito inexplicável, e eu te acalentava. Eu era sua paz. Você era o bobo que me
fazia rir quando eu estava estressada e me chamava de “bebezão”. Que gostava de
me ver dormir e de me proteger. E que, ainda assim, ardia em desejo na cama... No
banheiro, na cozinha...
O nosso amor era sintonizado, e a gente se agregava de um
jeito único.
E agora acabou...
Eu que ouvi você dizer um dia que eu era a sua vida, que eu
era tudo pra você, agora não sou nada. Talvez uma simples lembrança que será
apagada com o tempo.
Sabe o que mudou, pra mim? Antes, até quando eu estava mal,
eu estava bem. Agora, mesmo estando bem, eu não estou bem. Mas isso passa. Eu
sou forte pra cara***!
Foi um namoro lindo.
Foi tudo lindo.
Não era pra ter fim.
Mas teve.
Um fim brusco.
Um fim por falta de doação.
Doação de alma.
Porque amar não é bater a perna e dizer que não vai mudar.
Amar é se doar. Mas eu te perdoo pela
falta de capacidade emocional pra se doar, e agradeço por ter me feito crescer.
Ah! Eu te amei mais do que você possa imaginar. Mais do que
eu um dia imaginei que poderia amar.







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