9 de dezembro de 2013

Fim

Minha memória é boa. Eu me lembro de tudo o que você fez por mim. Eu me lembro de tudo o que você disse e me pergunto em que momento isso se perdeu. Será mesmo que se perdeu?
Sabe, eu te entendo... Eu juro que eu te entendo... É muita coisa nova acontecendo na sua vida... Mas se tem uma coisa que eu nunca vou entender é porque foi melhor abrir mão de mim e do nosso amor. Ainda havia amor, não havia? Era amor até demais, eu acho... A não ser que eu tenha acreditado em promessas vazias e foi tudo uma mentira... Aí talvez exista um motivo.
Você foi direito. Foi homem de conversar comigo. Mas era o mínimo que você podia fazer, né? Afinal, eu dividi minha vida com você. E você foi a primeira pessoa que eu tive essa vontade, de dividir minha vida, de compartilhar... Mas, mesmo assim, apesar de ter sido “homem”, você não foi honesto. Você me deixou acreditar que estava tudo bem quando, na verdade, pra você, não estava. Eu ouvi declarações de amor, em plena embriaguez, apenas duas ou três semanas antes. Eu vi sua vontade de querer estar comigo, apesar de querer estar em outros lugares também. E você foi imaturo. Não tem outra palavra pra te descrever. Logo você, que se julgava tão certinho e maduro... Não teve maturidade EMOCIONAL pra ter tudo. Pois você tinha tudo. Você tinha amor da família, dos amigos, e o meu, mas preferiu jogar este último fora pra “curtir a vida”. Não era possível ter os dois? Ou melhor, os três.
Eu sei que eu não sou perfeita. Eu errei. Mas você também errou. E eu só queria que a gente tentasse consertar esses erros, que nem foram tantos comparados à imensidão da nossa história.
Eu também fui imatura. Eu não soube respeitar a minha individualidade... Mas só hoje eu posso perceber isso, e, graças a Deus, eu posso dizer que eu cresci muito nessas últimas semanas. Cresci e me fortaleci de um jeito que talvez não crescesse ao seu lado, mas eu ainda preferia ter tentado ao seu lado. Porque foi nosso primeiro namoro, e eu te ouvi dizer que também seria o último.
Eu sei que é muita ingenuidade acreditar que o primeiro namorado vai ser o último, mas eu sei que você e eu sentíamos que era pra valer. O amor, o respeito, a amizade, a cumplicidade que a gente tinha, em pouco mais de dois anos juntos, foi mais do que muita gente casada há anos um dia teve. Porque a gente se entendia com o olhar! Porque você me decifrava de um jeito inexplicável, e eu te acalentava. Eu era sua paz. Você era o bobo que me fazia rir quando eu estava estressada e me chamava de “bebezão”. Que gostava de me ver dormir e de me proteger. E que, ainda assim, ardia em desejo na cama... No banheiro, na cozinha...
O nosso amor era sintonizado, e a gente se agregava de um jeito único.
E agora acabou...
Eu que ouvi você dizer um dia que eu era a sua vida, que eu era tudo pra você, agora não sou nada. Talvez uma simples lembrança que será apagada com o tempo.
Sabe o que mudou, pra mim? Antes, até quando eu estava mal, eu estava bem. Agora, mesmo estando bem, eu não estou bem. Mas isso passa. Eu sou forte pra cara***!
Foi um namoro lindo.
Foi tudo lindo.
Não era pra ter fim.
Mas teve.
Um fim brusco.
Um fim por falta de doação.
Doação de alma.
Porque amar não é bater a perna e dizer que não vai mudar. Amar é se doar.  Mas eu te perdoo pela falta de capacidade emocional pra se doar, e agradeço por ter me feito crescer.
Ah! Eu te amei mais do que você possa imaginar. Mais do que eu um dia imaginei que poderia amar.


30 de agosto de 2013

Saramandista

Se, por um lado, "Amor à vida" é uma novela sóbria e cinzenta, "Saramandaia" dá show de colorido em todos os sentidos. 
Os efeitos especiais não são hollywoodianos, e foi perceptível o cenário computadorizado na cena final do capítulo de ontem, em que João Gibão mostra suas asas para Marcina, mas a simplicidade de tudo, apesar de todas as fantasias da novela, a química do casal e a música certa na hora certa (Pavão Misterioso), fizeram-me ficar extasiada. Foi singelo e foi bonito (pelo menos eu achei, rs).

http://globotv.globo.com/rede-globo/saramandaia/v/gibao-decide-mostrar-suas-asas-para-marcina/2791114/

23 de março de 2013

Sapo → Príncipe → Sapo

A princesa beijou o sapo e ele virou um príncipe.
Os dois foram morar num castelo e tudo era muito belo.

O tempo passou e o príncipe se cansou
De ter que dividir com a princesa e com os seus amigos sapos, todo o seu amor.

Então, muitas vezes, para o brejo o príncipe ia
Pois era lá com os outros sapos que estava a sua alegria.

A princesa, chateada, reclamava e chorava
Mas o príncipe nunca mudava.

A princesa queria que ele unisse as duas coisas
Para que ela não deixasse de ser sua esposa.

A princesa foi se adaptando a esse jeito de viver
Com o príncipe indo pro brejo, conversar e beber.

Então a princesa percebeu que não adiantava sofrer
Pois por dentro o príncipe ainda era sapo, e nunca deixaria de ser.


Juana Castro