22 de março de 2011

Carnaval - A vez da desigualdade

O carnaval é maior festa de rua do planeta e isso não é novidade. Mas o que muitos não sabem, até por não terem essa experiência, é que é, também, um festa onde muitas diferenças são expostas e que, às vezes, entram em choque. O mesmo carnaval que anima, que encontra, que desperta sentimentos e desejos, é o carnaval da exclusão social e do preconceito.
Não vou ser hipócrita e dizer que não gostei de ter ficado em camarotes, que preferia estar na pipoca sujeita a mais confusão. Não. Entrentanto, foi lá do alto que vi coisas, de certo modo, interessantes, que, talvez, apenas lá veria. Enquanto eu e uma minoria estávamos usufruindo de conforto, segurança e até privacidade num evento público, uma maioria estava nas ruas urinadas da Barra. Antes fossem o xixi e seu cheiro os únicos problemas. Foi lá do alto, que vi também, um casal gay se beijando e, logo em seguida, recebendo murros. Eles pararam de se beijar enquanto seus agressores riam. Além de tal brutalidade citada anteriormente, outras me chamaram atenção, como uma mulher recebendo um tapa na cara de um suposto namorado, uma briga iniciada por uma futilidade, entre outras.
Onde estava a polícia naquele momento? Onde estava a minha atitude de fazer uma denúncia? Será que nossos defensores chegariam a tempo para interromper aquelas confusões? Não sei, mas também não fiz nada. Fiquei impotente, porque estava "lá no alto".
São os bastidores do carnaval que ninguém faz questão de ver, mas vê porque está ali. Não quero fazer apologia à homossexualidade nem ao feminismo. Só acho que mesmo que não gostemos, temos que respeitar a todos, pois nem a orientação sexual nem o gênero definem o caráter de alguém.

Viva o carnaval?

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